Powered By Blogger

sábado, 1 de setembro de 2012

Bicicletas antigas: Uma Moda Que Não Passa.

A bicicleta como conhecemos hoje foi inventada na França, em 1860, por Pierre Michaux. Em 1865, ele inaugurou a primeira fábrica de bicicletas do mundo, a Biciclos Michaux. Imaginem o impacto deste produto na época, que nos encanta até os dias de hoje…
Aqui em nossa terras, imigrantes de origem alemã, italiana e suiça começaram a trazer as primeiras bicicletas em suas bagagens, ao aportarem por aqui, em especial no Rio de Janeiro, à época, a capital do Império. Estes eram os idos de 1870 e logo mais, em 1896, São Paulo ganhava o primeiro velódromo da América do Sul.
Assim, “as magrelas” já estão entre nós há muito tempo! E com isto, vieram também os colecionadores, restauradores ou alguém que quer possuir uma bicicleta antiga para passeios nos finais de semana. E isto tem sido o ganha pão de muita gente comprometida em preservar a memória e os costumes de uma época, e, acima de tudo, se divertir com estilo e nostalgia.
O perfil dos aficcionados por bicicletas antigas é bem variado. Principalmente hoje em dia, com o ressurgimento e a projeção das “fixas”, que são bicicletas minimalistas e lindas e que contém somente o necessário para se pedalar, sem marchas e as vezes até sem freios!
Há cerca de 7 anos, pessoas na faixa dos 40 anos começaram a se interessar e restaurar bicicletas brasileiras, muitas vezes em busca da referência e da sensação que estas traziam nos dias de sua juventude, marcando uma época de sua vida. Antes, o interesse era só pelas importadas, e as nacionais chegavam até a serem desprezadas por causa de sua alegada baixa qualidade. Ainda bem que as coisas mudam…
A moda das antigas já gera o surgimento de clubes, grupos e eventos. Em Curitiba, ocorre desde 2004 um rali exclusivo para as bikes antigas, organizado por Marcelo Afornali (www.bicicletasantigas.com.br). Em São Paulo, durante muito tempo, todo primeiro domingo do mês era palco para reunião das antigas na Estação da Luz. Tudo isto regado a muita conversa e pedal, obviamente!
Além disto, a internet tem contribuído muito para a reunião dos aficcionados, bem como para a “garimpagem” de peças e as vezes até da própria bicicleta. No Brasil mesmo temos vários sites e blogs dedicados ao assunto. Basta uma rápida procura no Google para ver um total de 265.000 resultados de páginas brasileiras! Se pesquisarmos no exterior, o universo se expande e muito!
Temos notícias de colecionadores que já fizeram mais de 150 restaurações! E todos são unânimes em afirmar que o que os move e estimula não é o dinheiro, e sim a paixão pelas bicicletas antigas.
E não são só as bicicletas que fazem parte deste universo. É comum encontrarmos colecionadores que também têm roupas, acessórios, componentes, revistas, catálogos da época, capacetes e sapatilhas, muitas vezes até ainda “na caixa”! Ao sábados, na USP (Universidade de São Paulo), tradicional reduto do ciclismo paulista, é comum encontrarmos um pelotão de “senhores” pedalando suas impecáveis bicicletas antigas, inclusive trajando vestimentas da época!
Não existe um caminho certo para a compra e/ou restauração de uma bicicleta antiga. Portanto, se esta for a sua “praia”, é necessária muita pesquisa. Uma coisa que costuma funcionar é entrar na “rede” de amigos dos restauradores, que trocam informações entre si, muitas vezes na base da amizade. Uma dica é buscar nas pequenas bicicletarias de bairro e de pequenas cidades do interior, que muits vezes possuem um componente ou até mesmo uma bicicleta inteira, muitas vezes na caixa, aguardando um dono…
Algumas marcas, inclusive, ainda mantém em produção modelos clássicos, como a Bianchi Pista (foto acima), ou a Schiwinn, cujo catálogo atual ostenta dois clássicos: a Stingray (em produção desde 19730) e a Black Phanton, lançada em 1955.

Stingray

Black Phanton
Quanto a valores, as bicicletas antigas não seguem as regras de preço como outras antiguidades que se norteiam por catálogos internacionais. Este mercado costuma seguir um princípio: quanto mais inteira e bem conservada é a bicicleta, menos se gasta. E quanto mais antiga e rara, mais cara ela será. E, obviamente, depois de toda restaurada, a bike ganha um outro valor, chegando a valer até US$ 10 mil no mercado internacional – o caso da americana Bowden Spacelander, uma bicicleta dos anos 50, que imitava o conceito de um automóvel!
E você, se animou a ter uma antiga? Em breve daremos por aqui algumas dicas de “garimpagem” e restauração. Que tal?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.